Uma pesquisa encomendada pelo Itaú Social, a Fundação Lemann e o BID, realizada pelo Datafolha, apontou que 76% das crianças no período de alfabetização vão precisar de mais atenção, segundo a avaliação das próprias famílias.
Além disso, sete em cada dez pais pedem reforço escolar em língua portuguesa e matemática.
Em entrevista à CNN Rádio, a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, Patricia Mota Guedes, disse que o resultado com crianças e adolescentes em escolas públicas mostra a “preocupação das famílias em relação ao impacto da pandemia” nos últimos dois anos.
Segundo ela, já era observado que as crianças com algum tipo de atividade presencial no ano passado começavam a dar indícios de mais motivação e capacidade de retomar os estudos. “Essa notícia mostra o desafio na mão das escolas e o potencial de parceria com as famílias, que passaram a valorizar ainda mais o papel dos professores.”
“Os dados mostram claramente como as desigualdades de ensino se aprofundaram em 2021 também, não só em 2020, uma em cada quatro crianças não tiveram qualquer atividade presencial no ano passado”, completou.
Patricia afirmou ainda que os resultados apontam para a necessidade de diagnóstico das aprendizagens: “Deverá acontecer uma avaliação cuidadosa de cada criança, planejamento de reforço ou recuperação dentro do turno regular e também fora”.
Ela ainda lembrou que numa mesma sala de aula será necessário que se crie atividades “para níveis diferentes das crianças” e isso tomará mais tempo “para que possa reduzir essa lacuna gigante, pelo abismo que se colocou nos últimos dois anos.”
“A boa notícia é que crianças e adolescentes são resilientes e a escola tem um papel fundamental”, ponderou.