Estudante de medicina Ufac faz posts ofensivos contra Acre – 11/04/2025 – Cotidiano

Postagens de uma estudante de medicina da Ufac (Universidade Federal do Acre) causaram polêmica na última quarta-feira (9) entre os usuários do X (antigo Twitter). Ela disse que tinha “asco de acreanos”, chamou o estado de “roça” e “umbral’ e quem mora lá de “seboso”. A jovem desativou a rede social após a repercussão.
Assúria Nascimento de Mesquita, 20, a estudante de medicina é filha do secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre, Assurbanípal Mesquita. Ambos se manifestaram após o ocorrido.
Por meio de nota, Assúria afirmou que cometeu um “erro muito grave” e que é natural que as pessoas que nasceram no Acre, assim como ela, se sintam atingidas ou ultrajadas.
“Confesso que estou profundamente arrependida e refletindo com seriedade sobre o impacto disso. Admito que me expressei de forma profundamente imatura e desrespeitosa. Sou profundamente grata por ser acreana e tudo o que consegui até o momento foi com apoio de minha família e de amigos que também são acreanos”, disse.
Assurbanípal reiterou que a filha está verdadeiramente arrependida e reconheceu o erro, além de estar refletindo sobre o impacto das atitudes e buscando formas de se retratar e aprender com “essa péssima experiência”. Ele se solidarizou com os que se sentiram ofendidos com a atitude de Assúria.
Veja comentários da estudante
Comentários de Assúria foram feitos no X (antigo Twitter)
– Reprodução/Redes sociais
O Ministério Público do Acre informou que instaurou uma notícia de fato criminal e requisitou a abertura de um inquérito policial para apurar um possível crime de xenofobia praticado pela estudante. A Polícia Civil não informou se já atendeu à solicitação.
A Atlética Sinistra, da qual Assúria é diretora, repudiou a atitude e afirmou que não compactua com manifestações que “desrespeitam a dignidade humana, promovem a exclusão ou discriminam qualquer indivíduo ou grupo com base em sua origem, etnia, condição social, cultural ou qualquer outro marcador”.
A Ufac disse que tomou conhecimento, com preocupação, das publicações da estudante, que “expressam conteúdo preconceituoso, configurando xenofobia”. Na quinta-feira (10), a coordenação de Medicina convocou a estudante, que reiterou o pedido formal de desculpas. Ainda assim, a universidade está avaliando medidas cabíveis no âmbito institucional, reafirmando seu compromisso com uma “formação cidadã, crítica e ética”.